RUBIACEAE

Faramea filamentosa Müll.Arg.

Como citar:

Raquel Negrão; Rodrigo Amaro. 2017. Faramea filamentosa (RUBIACEAE). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

EN

EOO:

710,325 Km2

AOO:

20,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

Espécie endêmica do estado do Rio de Janeiro (Jardim e Gomes, 2015), com ocorrência no município de Nova Iguaçu (M.V.L. Pereira 593), no município de Guapimirim, em diferentes localidades na Estação Ecológica Estadual do Paraíso (M.Gomes et al., 425; 426; 427) e na Serra da Estrela, no município de Petrópolis (Kuhlmann 132; Kuhlmann e Brade 15751).

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2017
Avaliador: Raquel Negrão
Revisor: Rodrigo Amaro
Critério: B1ab(i,ii,iii,iv)+2ab(i,ii,iii,iv)
Categoria: EN
Justificativa:

Espécie arbustiva endêmica do estado do Rio de Janeiro, ocorre nos municípios de Nova Iguaçu, Guapimirim (em diferentes localidades na Estação Ecológica Estadual do Paraíso) e Petrópolis (Serra da Estrela). Apresenta distribuição restrita (EOO=620 km², AOO=16 km²) e quatro situações de ameaça, considerando a expansão urbana na região da Baixada Fluminense, a conversão de hábitats em matas secundárias, pastagens e culturas de subsistência na Estação Ecológica do Paraíso (Kurtz e Araújo, 2000), e a degradação de hábitats provocada por estradas na Serra da Estrela (Calaes et al., 2008). O declínio contínuo da EOO, AOO, qualidade de hábitat e de subpopulação é inferido com base nas ameaças incidentes e na ausência de novas coletas nos últimos 17 anos.

Último avistamento: 1998
Quantidade de locations: 4
Possivelmente extinta? Não

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Descrita em Fl. Bras. (Martius) 6(5): 156. 1881. Muito próxima de F.monantha (Müller, 1881)

Ecologia:

Substrato: terrestrial
Forma de vida: bush, subshrub
Luminosidade: esciophytic
Biomas: Mata Atlântica
Vegetação: Floresta Ombrófila (Floresta Pluvial)
Fitofisionomia: Floresta Ombrófila Densa
Habitats: 1.9 Subtropical/Tropical Moist Montane Forest, 1.6 Subtropical/Tropical Moist Lowland Forest
Detalhes: Espécie caracterizada como arbustos terrestres, com ocorrência na Mata Atlântica em Floresta Ombrófila (Jardim e Gomes, 2015) ou subarbustos (D.Sucre 8587) ciófila (M.Gomes et al. 427; D.Sucre 8587). Foi coletada em margem de rio (M.Gomes et al., 427) e próximo a represa (M.V.L.Pereira 593), sendo comum no interior de mata densa de encosta (J.M.A.Braga 4796).
Referências:
  1. Jardim, J.G., Gomes, M., 2015. Faramea in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio Janeiro.Disponível em: <http://reflora.jbrj.gov.br/jabot/floradobrasil/FB13943>. Acesso em: 27 Abr. 2015.

Reprodução:

Detalhes: Coletada com flores nos meses de abril (J.G.Kuhlmann e Brade 15751), junho (J.G.Kuhlmann 132) e novembro (M.V.L. Pereira 593) e com frutos nos meses de março (J.M.A.Braga 4796), junho (J.G.Kuhlmann 132) e outubro (M.Gomes 426).
Fenologia: flowering (Apr~Nov), fruiting (Mar~Oct)

Ameaças (2):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.1.2 Small-holder farming locality,habitat,occupancy past,present regional medium
A Estação Ecológica do Paraíso possui trechos de seu solo ocupados por matas secundárias ou ocupação agropecuária, voltados para pastagens e culturas de subsistência (Kurtz e Araújo, 2000).
Referências:
  1. Kurtz, B.C., Araújo, D.S.D. de, 2000. Composição florística e estrutura do componente arbóreo de um trecho de Mata Atlântica na Estação Ecológica Estadual. Rodriguésia 51, 69–112.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 4.1 Roads & railroads locality,habitat,occupancy,occurrence past,present,future local very high
A estrada da Serra da Estrella, foi construída em 1843, ligando no passado, o porto da Estrela, localizado no Rio Inhomirim, no fundo da baia de Guanabara, à cidade de Petrópolis (Calaes et al., 2008). Foi denominada naquela época como o “caminho do Inhomirim”, favorecendo o acesso a Minas Gerais e o escoamento da produção cafeeira para o porto do Rio de Janeiro (Calaes et al., 2008). Atualmente, ainda é a principal via de ligação entre Rio de Janeiro e Petrópolis, representando uma ameaça a espécie.
Referências:
  1. Calaes, E.G.D., de Souza, G.A., Ferreira, E.G.E., Weisz, E.J., Castro, E.N.F., 2008. Estrada real: vetor de fertilização de conhecimento e aprendizado para a exploração mineral. Simpósio Explor. Miner. 2, 11.

Ações de conservação (1):

Ação Situação
1.1 Site/area protection on going
Existe registro de ocorrência da espécie em duas localidades na Estação Ecológica Estadual do Paraíso, município de Guapimirim,(M.Gomes et al., 425; 426; 427)